Recentemente, o cantor Zezé Di Camargo, aos 60 anos, recebeu o diagnóstico de esteatose hepática, condição que se caracteriza pelo acúmulo de gordura no fígado. Desde então, ele tem adotado mudanças em sua dieta e uma rotina regular de exercícios físicos. Conforme sua esposa, a influenciadora e educadora física Graciele Lacerda, que ajudou a montar o roteiro de atividades do cantor, o quadro foi revertido.
“Quando iniciamos, ele estava com esteatose hepática. Hoje, já não tem mais e o porcentual de gordura diminuiu, está se sentindo mais disposto”
disse Graciele.
Você já ouviu falar dessa doença?
O fígado é um órgão vital localizado no lado direito do abdômen, responsável por desempenhar mais de 500 funções essenciais para o bom funcionamento do nosso corpo. Com uma coloração marrom-avermelhada, ele desempenha um papel fundamental na metabolização dos nutrientes, na produção de bile, na desintoxicação de substâncias nocivas, na síntese de proteínas e na armazenagem de vitaminas e minerais.
A médica nutróloga, Dra. Letícia Lucas, explica que o fígado é notável por sua capacidade de regeneração. Mesmo quando danificado, ele tem a capacidade de se recuperar e restaurar sua função. No entanto, condições como a esteatose hepática, podem comprometer seu desempenho e levar a complicações graves, como hepatite gordurosa, cirrose hepática e até mesmo câncer.
O que é a esteatose hepática?
A esteatose hepática, também conhecida como doença hepática gordurosa, é uma condição na qual ocorre o acúmulo excessivo de gordura nos hepatócitos, as células do fígado. Esse acúmulo constante e prolongado pode levar a inflamação, resultando em quadros graves.
Esteatose hepática alcoólica: É causada pelo consumo excessivo de álcool, seja de forma regular ou esporádica. O álcool sobrecarrega o fígado, levando ao acúmulo de gordura e possíveis danos hepáticos.
Esteatose hepática não alcoólica: Nesse tipo, o acúmulo de gordura no fígado ocorre devido a hábitos e estilos de vida inadequados. Fatores como sobrepeso, obesidade, sedentarismo, diabetes, má alimentação, colesterol alto, pressão alta, uso de certos medicamentos e inflamações crônicas no fígado podem contribuir para o desenvolvimento dessa condição.
Principais sintomas da doença
Nos estágios iniciais, a esteatose hepática geralmente não apresenta sintomas específicos. No entanto, à medida que a condição progride, podem surgir alguns sinais, tais como:
- Dor abdominal
- Cansaço e fraqueza
- Perda de apetite
- Aumento do fígado
Nos estágios mais avançados, quando há inflamação e fibrose, os sintomas podem incluir:
- Ascite (acúmulo anormal de líquido no abdômen)
- Encefalopatia (alterações no funcionamento do cérebro) e confusão mental
- Hemorragias
- Icterícia (pele e olhos amarelados)
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Realizando o diagnóstico
O diagnóstico da esteatose hepática pode ser feito através de exames de rotina, análises laboratoriais e exames de imagem. Além disso, é importante analisar o histórico do paciente e realizar um exame físico minucioso. Os níveis das enzimas hepáticas são verificados por meio de exames de sangue, enquanto a ultrassonografia, a tomografia e a ressonância magnética podem auxiliar na avaliação do fígado.
Em geral, as pessoas encontram a gordura no fígado e pensam que é somente isso, mas não é bem assim. Em um quinto dos casos ela evolui para a esteatohepatite, que já apresenta lesões e inflamação do órgão, e em 20% destes casos pode evoluir para uma fibrose ou cirrose hepática.
Em alguns casos, a confirmação do diagnóstico pode exigir uma biópsia do fígado. Destaca-se que a elastografia transitória é um método não invasivo e indolor, semelhante à ultrassonografia, que mede a elasticidade do tecido hepático e a quantidade de gordura acumulada no fígado, sendo um importante recurso diagnóstico.
Prevenção e tratamento
Não existe um tratamento fácil, porém, a boa notícia é que a esteatose hepática pode ser prevenida e tratada com mudanças no estilo de vida e adoção de hábitos saudáveis. Aqui estão algumas dicas fundamentais:
Pratique exercícios físicos regularmente: A atividade física regular ajuda a reduzir o acúmulo de gordura no fígado e melhora a saúde como um todo. Escolha uma atividade que você goste e seja consistente.
“Portanto, cuidar da saúde do fígado é fundamental para manter o equilíbrio do organismo. Por meio de um estilo de vida saudável, boa alimentação, prática de atividades físicas e evitando o consumo excessivo de álcool e substâncias tóxicas, podemos preservar a saúde e a funcionalidade desse órgão tão importante.”
Finaliza a Dra. Letícia Lucas.
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