O próximo dia 17 de outubro é o Dia Mundial de Combate à Dor. A data – instituída pela Associação Internacional para Estudo da Dor (IASP), em 2004, e que conta com o apoio da Organização Mundial da Saúde (OMS) – visa conscientizar a população sobre este problema de saúde pública. Essa experiência desagradável pode impactar significativamente na qualidade de vida das pessoas, podendo causar dificuldade para dormir, trabalhar, estudar e socializar, além de depressão, ansiedade e isolamento social.
A dor pode ser classificada como aguda ou crônica. A aguda é de curta duração, geralmente causada por uma doença ou lesão, isto é, não há continuidade ou regularidade. Por sua vez, a dor crônica perdura por mais de três meses, podendo causar alterações na função e estrutura do sistema nervoso central, o que deixa o indivíduo mais sensível a estímulos dolorosos.
A Dra. Bianca Figueiredo de Barros, presidente da Comissão de Dor da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), afirma que o desafio é ainda maior entre os idosos, devido às alterações fisiológicas inerentes ao próprio envelhecimento, comorbidades, uso de diversos medicamentos e insuficiência social e familiar.
“A dor crônica é considerada a própria doença, acomete quase 50% das pessoas idosas, com impacto negativo na qualidade de vida e funcionalidade. A dor descompensada causa declínio progressivo na reserva fisiológica, ampliando fragilidade”.
Diz Dra. Bianca Figueiredo de Barros
Apesar da dor crônica ser umas das condições de saúde mais comum entre as pessoas idosas, há uma crença de que a dor crônica é uma consequência inevitável do envelhecimento. Porém, a Dra. Bianca esclarece que apesar da idade ser um fator de risco, “a dor não é consequência do envelhecimento”. Hábitos e atitudes corretas de vida podem contribuir para a prevenção de quadros crônicos, considerando a individualidade de cada paciente”.
Praticar exercícios físicos, controlar a obesidade, boa alimentação, cuidados com a postura e boa qualidade no sono são atitudes que ajudam a prevenção de quadros dolorosos.
Por fim, a presidente da Comissão de Dor da SBGG ressaltou a importância de se procurar um profissional especializado para tratar a dor na pessoa idosa, pois assim como diversas condições clínicas a exemplo de Diabetes Mellitus e Hipertensão Arterial que não têm tratamento curativo e sim controle, assim também ocorre com a dor crônica. “Atualmente, dispomos de tratamentos eficientes e seguros para a dor crônica, que abrange terapia não-farmacológica, medicamentosa, psicossocial e intervencionista. Tratar dor crônica é um problema complexo que exige uma abordagem ampla e multidisciplinar”.