O consumo consciente não é apenas uma tendência, é uma necessidade para garantir um futuro sustentável. O Instituto Akatu, ONG focada em consumo consciente e sustentabilidade, reforça a importância de repensar nossos hábitos de consumo para evitar excessos e desperdícios. Ao reduzir o desperdício poupamos recursos como água, energia e matérias-primas, e ainda evitamos impactos negativos ao nosso bolso, ao próximo e à natureza!
“A relação entre o consumo consciente e o combate ao desperdício é direta”, explica Felipe Seffrin, coordenador de comunicação do Akatu.
Repensar estilos de vida e recusar o supérfluo são pilares de um consumo mais consciente, evitando o desperdício tanto de itens desnecessários quanto dos recursos utilizados em sua produção.”
explica Felipe Seffrin
Felipe lembra que resistir a tentações e evitar compras por impulso tem um impacto positivo nas contas do mês e ainda evita uma maior geração de resíduos, como sacolas e embalagens.
Controlar o consumo de água e energia elétrica, utilizar produtos até o fim, consertar o que está quebrado, recusar itens de plástico de uso único e evitar excessos são outras práticas de consumo consciente conectadas com o combate ao desperdício. Isso vale para a compra, para o uso e também para o descarte: separar materiais para a reciclagem e destinar itens em bom estado para a doação ou para o mercado de segunda mão evitam desperdícios de matérias-primas e de produtos que podem ser úteis para outras pessoas.
Evite o desperdício de alimentos!
Todos os anos, cada brasileiro desperdiça em média 41,6 kg de comida, de acordo com a Embrapa. Isso equivale ao peso de quase três cestas básicas de comida indo para o lixo por pessoa a cada 365 dias e coloca o Brasil entre os maiores desperdiçadores de comida do mundo. São mais de 27 milhões de toneladas de alimentos sendo descartados em um país com 70 milhões de pessoas em insegurança alimentar, segundo a ONU. Isso é inaceitável e insustentável dos pontos de vista social e ambiental.
“O desperdício de alimentos é sério, pois representa uma série de impactos negativos para quem desperdiça, para o meio ambiente e para a sociedade”, alerta Felipe Seffrin. “Quando jogo fora uma comida que não consumi, tenho um prejuízo direto no bolso. Além disso, todo alimento demanda água, energia e outros recursos para ser produzido, armazenado e transportado e, quando descartado, irá emitir gases de efeito estufa ao se decompor, representando prejuízos ambientais como o agravamento da crise climática.”
O alerta é da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO): só o desperdício de alimentos causa entre 8% e 10% dos gases de efeito estufa que levam ao aquecimento global.
A boa notícia é que praticar o consumo consciente de alimentos é simples. De certa forma, é só seguir a velha máxima de não ter o olho maior que a barriga. Quando compramos ou cozinhamos só os alimentos que vamos consumir (a famosa listinha de compras), minimizamos o desperdício. Essa regra vale tanto para quem cozinha em casa quanto para quem vai ao restaurante. Servir no prato só o que for comer é fundamental!
Confira outras dicas:
- Compre alimentos fora do padrão estético: frutas e legumes com pequenos machucados ou alterações de cor e tamanho têm o mesmo valor nutricional e costumam ser vendidos com desconto.
- Armazene os alimentos corretamente: fique atento à validade dos produtos e mantenha geladeira e armários organizados para não perder alimentos.
- Use alimentos de forma integral: inclua nas suas receitas partes como talos, cascas e sementes de frutas ou legumes, minimizando desperdícios.
- Reaproveite as sobras: se sobrou no restaurante, embale para viagem. Se sobrou em casa, congele ou reaproveite em outras refeições!
Se 1/3 da população brasileira seguir essas dicas e diminuir pela metade o seu desperdício de alimentos ao longo de 1 ano, deixaremos de descartar quase 1,5 milhão de toneladas de comida. Isso equivale ao peso de 112 milhões de cestas básicas — ou seja, 12 cestas básicas, uma por mês, para 9 milhões de famílias se alimentarem ao longo desse mesmo ano.
Fonte: akatu